quarta-feira, novembro 30, 2005

Como Caçar um Leão no Saara: solução 1

Para animar a festa, proponho aqui uma primeira solução (econômica) para o famoso problema de como caçar um leão no Saara. Alguém pode tentar uma solução pedagógica?

Solução de economista ortodoxo. Aumente os juros dos leões saarianos. Logo, um deles, morto de fome, virá comer na sua mão. (j. novelino)

Como Caçar um Leão no Saara?

  • Em navegações para conhecer mais microliteratura na Web, encontrei um blog argentino chamado Juan de Mairena. Interessei-me por dois motivos: Juan de Mairena é um dos pseudônimos do grande poeta espanhol Antonio Machado [meu ídolo], o blog se caracteriza como uma publicação de literatura cinza. Mas fiquei decepcionado. O blogueiro de Juan Mairena publicou apenas dois posts este ano. Porém, a última publicação é interessante: ela sugere que soluções para o famoso problema Como Caçar um Leão no Saara? podem resultar em peças microliterárias.

    O problema é célebre e as tentativas de solucioná-lo a partir de diversas abordagens científicas podem ser muito engraçadas. O que há até hoje são soluções no campo da física, geometria e matemática. Creio que fórmulas em outras áreas (filosofia, teologia, ética, psicologia etc.) , desde que escritas no mesmo padrão que nossos microcontos [máximo de 150 espaços], poderão resultar em mini-escritos de boa qualidade literária. Alguém se habilita?

    Para apreciação de todos, traduzi livremente as soluções que o blogueiro de Juan de Mairena republicou. Possivelmente, para bem entender cada solução, seja preciso algum verniz de ciência.


    Série Caçando um Leão no Saara

    Método Schrodinger.
    Num dado momento há uma possibilidade de que um leão entre na jaula. Sente-se e espere.

    Método de Newton.
    Despreze o atrito; o leão e a jaula irão atrair-se mutuamente.

    Abordagem prática dos informatas.
    Encontramos um coelho. E ele está morto. Vamos pegá-lo e dar-lhe o nome de leão.

    Há uma solução fora do nosso padrão de 150 toques. Mas eu acho que vale a pena registrá-la para que os leitores conheçam mais uma resposta clássica para o problema.

    Abordagem lógica.
    O leão é um continuum. De acordo com o teorema de Cohen, ele é indeciso (especialmente quando precisa fazer uma escolha). Deixemos dois homens se aproximarem dele simultaneamente. O bicho, incapaz de decidir quem atacar, poderá ser capturado com facilidade.

terça-feira, novembro 22, 2005

Zezé no cinema

1033. Não falava árabe, russo, alemão ou chinês, mas sempre que ia a uma sessão da Mostra Internacional de Cinema dava-se ar de poliglota. (Zezé Pina)

1034. Na tela o galã rouba um beijo da mocinha. Na platéia, Jurema chora a solidão de quem nunca teve um beijo roubado. (Zezé Pina)

1035. Com ar zombeteiro, o público que deixava o cinema olhava as próximas vítimas à espera na fila. (Zezé Pina)

Pelarin pós milhar

1032. "Como você chama sua mulher?" "Oi querida! Oi amor! Oi paixão!" "E ela, como te chama?" "Tá na meeesa!" (P. Pelarin)

domingo, novembro 06, 2005

Chicamocha

Depois que publiquei a história do cabrito, lembrei-me de Chicamocha, um canion que fica próximo da cidade de Bucaramanga, na Colômbia. Foi num restaurante rústico, com uma vista parecida com esta da foto ao lado, que saborei o melhor prato de cabrito em minha vida. A cicerone em tão remota parte do mundo foi a Yole, uma colombiana que trabalhou conosco no famoso Pie- Programa de Informática e Educação.

Mais uma dos anos meia oito

1031. Ela guarda até hoje a Bic que emprestou para o Zé Dirceu no hall da Maria Antônia. (j. novelino)

sábado, novembro 05, 2005

Pra chegar na terceira dezena pós primeiro milhar

1030. Não há mais bons cabritos. Todos berram na hora da degola. (j. novelino)

Mais contos d'Angola

Lá das lonjuras angolanas, Eliane manda mais três histórias:

1027. Riquinho, figura polêmica do cenário Angolano. Se fosse "Pobrebinho", só seria mais um. (Eliane Camargo)

1028. Diziam que lhe faltavam "maneiras", mas, na verdade, lhe sobravam "manias". (Eliane Camargo)

1029. Ele sem jeito lhe pediu perdão, ela com jeito não aceitou. (Eliane Camargo)

quarta-feira, novembro 02, 2005

Mais dois do glorioso 68

1025. Colocaram-no como segurança na faculdade ocupada. Mas ele não sabe como engatilhar o 38 que lhe deram para cumprir a tarefa. (j. novelino)

1026. Ele era mulato, filho de sapateiro. Ela era judia, filha de banqueiro. O casal fazia revolução na rua e na cama. (j. novelino)

Pelarin meia oito

1024. Os conchavos dos estudantes da USP da Maria Antonia quase sempre terminavam com cervejas no "Sujinho". (P. Pelarin)

terça-feira, novembro 01, 2005

Cenas meia oito

Há muitas histórias dos idos de 68. O romantismo da Maria Antônia ocupada, os programas culturais nas acardas em poder dos estudantes, os sigilos que envolveram o Congresso de Ibiúna, e os sonhos e pesadelos de uma juventude generosa trazem lembranças que podem ser recontadas em microcontos. É possível que pessoas que não viveram as manifestações, as passeatas, as assembléias e as intermináveis reuniões de organização entendam pouco tais histórias, ainda mais quando contadas com muita economia verbal. Mesmo assim, acho que vale a pena arquitetar uma série de microcontos com a cara dos anos meia oito. Eis aqui a primeira história:

1023. Na quinta vez consecutiva que voltou ao local secreto foi enfim aceito como representante do camarada Posadas no Congresso de Ibiúna. (j. novelino)

Imaginação

1022. Ele não mentia. Apenas inventava um novo detalhe cada vez que contava a mesma história. (j. novelino)