segunda-feira, outubro 10, 2005

Nova dezena do Seabra

957. No emprego o ambiente era estressante; tinha que fazer média o dia todo. Pra compensar, na padaria sempre pedia em copos separados o café e o leite. (C. Seabra)

958. Seu Ermelindo roncava tão alto que ele mesmo em seus sonhos não conseguia dormir.
(C. Seabra)

959. Desde a contratação do novo salva-vidas, aquele rapagão forte, os casos atendimentos de socorro na praia tinham aumentado imensamente. (C. Seabra)

960. O pequeno órfão da rua busca a mãe em qualquer um que lhe estenda a mão e procura o pai em todos os que lhe dão o pão. (C. Seabra)

961. Noite após noite, ela escapou da decapitação. Mil e uma vezes teceu mundos com sua
narração. (C. Seabra)

962. Os decapitados andavam sobre as mãos ou arrastavam-se de joelhos. Era um pesadelo sem pés nem cabeça. (C. Seabra)

963. Maria Rita arrancou os olhos de sua boneca. No lugar colocou os que tirou do irmão. (C. Seabra)

964. Numa tarde sem vento, de onde vinham tantas ondas naquele lago calmo? Um bote com dois namorados fornecia, mudo, todas as respostas. (C. Seabra)

965. Arlete esperava o avião. Todos foram pousando, só o de seu namorado não. (C. Seabra)

966. O ministro da economia vivia com prisão de ventre mas recusava-se, por princípio, a tomar laxante. (C. Seabra)