Mais histórias da roça
942. Enquanto apanha algodão, ela sonha com um vestido de seda que nunca terá. (j. novelino)
943. O patrão agora paga salário. Mas inventou de cobrar pela tapera onde moro, levando metade do ganho em aluguel. (j. novelino)
945. De cócoras, ele pica um fumo e assunta o tempo. Está com jeito de chuva; o feijão pode apodrecer no pé. (j. novelino)
946. Era muito bonita. Não quis apanhar café e casar-se menina. Foi fazer a vida na zona da Rua do Comércio. (j. novelino)
947. Quebrou milho o dia inteiro. O carinho de sua mão cansada e grossa fere o rosto do menino mais novo. (j. novelino)
948. A cesta pendurada na travessa do teto acomoda mais um de seus filhos, o quinto a não ter berço. (j. novelino)
949. O anil não consegue disfarçar a origem do tecido de suas calças de menino pobre: um saco de farinha. (j. novelino)
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