quinta-feira, maio 26, 2005

Mais Chico de Moraes

191. Se o mundo parar de dia, tudo bem. Mas se parar de noite, vamos cair de cabeça pra baixo nas profundezas da escuridão. (Chico de Moraes)

192. Ovo frito. Equilibrado no cume do monte de arroz, ilha branca no lago de feijão. Torresmos enfeitam o sopé com seu brilho colesterólico. (Chico de Moraes)

193. Aqueles dois tomates estavam vermelhos de vergonha. A imagem deles com o pepino era inadequada na cozinha do convento. Foram salvos do pecado pela faca de legumes. (Chico de Moraes)

194. Que delícia de morte! Jantar farto, amor voraz, sono remidor. Acordou defunto. (Chico de Moraes)

195. A abertura lateral na saia longa fazia promessas durante a caminhada. (Chico de Moraes)

196. Proparoxítonas. Fúlgido, trêmulo. Sílfide, bígama. Sábado, frígido. Súmula, esquálida. Atávicas. (Chico de Moraes)

197. Parada militar é muito movimentada, mais um dos paradoxos da civilidade. (Chico de Moraes)

198. Estilo corrente, poetagem de concretude gelatinosa. Dá pra samba, dá pra xote, Melhor: dá pra mote. (Chico de Moraes)

199. Sorte/azar. Ganhei na Mega Sena, sozinho. Prêmio acumulado de quinze semanas. E agora? O que faço da minha vida? (Chico de Moraes)

200. Machismo? A mulher o abandonou, depois de espremer dele o suco dos seus melhores anos de vida útil. Agora, o pobrezinho vai ter que começar tudo de novo. (Chico de Moraes)

201. O futuro começa com pressa. Ontem eu soube que amanhã serei passado da semana que vem. Será? Era! (Chico de Moraes)