Mais outros do Carlos Seabra
163.O velho guarda-chuva esquecido andou de mão em mão até chegar a um mendigo, seu último destino. (C. Seabra)
164. O suicida era tão meticuloso que teve que refazer diversas vezes o nó da corda para se enforcar. (C. Seabra)
165. Ela se prostituía sempre na mesma esquina. Naquela noite só um dos seus sapatos estava lá. (C. Seabra)
166. O debate estava demorado. Cada intelectual era mais erudito que o outro. Metade da platéia dormia, alguns sonhavam. (C. Seabra)
167. Seu decote chamava tanto a atenção que, naquela noite, até os olhares que não a fitavam ficaram ruborizados. (C. Seabra)
168. O careca apaixonado suava tanto ao luar daquela noite de verão que a namorada podia ver todas as estrelas em sua calva lustrosa. (C. Seabra)
169. Foi no momento mais dramático daquela tragédia que todo o teatro veio abaixo em gargalhadas, ao tocar a pantera cor-de-rosa em algum celular. (C. Seabra)
170. No fim da festa, o vinho caiu na roupa da mulher e molhou seu álibi. (C. Seabra)
171. O ministro era muito gordo e o coronel magro demais. Mas nunca fizeram média pois eram muito radicais. (C. Seabra)
172. Suas colegas riam nervosas, os meninos engoliam em seco e ela ficava ruborizada. Só seus mamilos, bem duros, permaneciam imperturbáveis. (C. Seabra)
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