Outros dez do gajo de Lisboa
379. Os retratos que povoavam suas paredes eram os únicos interlocutores com quem a velha senhora ainda conversava. (C. Seabra)
380. O toca-discos arranhava um velho vinil enquanto uma última lágrima sulcava suas faces enrugadas, agora na paz de um sorriso final. (C. Seabra)
381. Naquele Natal ele trouxe para casa o filho que havia feito em suas viagens. (C. Seabra)
382. Os passos da tropa acompanhavam o ritmo do espoucar dos rojões, anunciando a subida da polícia na favela. (C. Seabra)
383. Ela tinha ciúmes de como ele abraçava o violoncelo. Ainda, pelo menos, se fosse outra mulher... (C. Seabra)
384. O vaqueiro aboiava ao entardecer e todo o sertão silenciava para se recolher. (C.Seabra)
385. No meio da madrugada, seu desafio, naquela improvisada gincana, era achar chocolate e abacaxi para a grávida que o aguardava em casa. (C. Seabra)
386. Na tarde, tão quieta, só se ouvia o tique taque do relógio e uma mosca tentando sair pelo vidro da janela. (C. Seabra)
387. Tiros, explosões, membros decepados e muito sangue, era a grande novidade do mais recente seriado americano na TV. (C. Seabra)
388. Ela ia mal na escola, mas seus Sims, no computador, eram os melhores alunos e só tiravam notas altas. (C. Seabra)
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