Seabra quer saber onde estão os autores
Junto com mensagem na qual cobra microcontos dos outros autores, Seabra manda mais uma dezena de histórias mínimas. Acompanho o Seabra: onde estão nossos autores? Cadê a produção?
916. O jovem onanista era hábil em navegar pelos websites e salas de chat com uma só mão no teclado. (C.Seabra)
917. Ele nunca errava. Ao contrário, sempre tinha ótimas e detalhadas explicações para suas maiores cagadas. (C.Seabra)
918. Alfredo era, há muitos anos, um convicto vegetariano. Mas, ao ver aquelas carnes abundantes e suculentas rebolando, ficou com a boca cheia de água. (C.Seabra)
919. Há muito tempo não precisava mais usá-la, mas a bengala tornara-se parte integrante da sua personalidade. (C.Seabra)
920. Era um bom cliente do bistrô. Pena que, acompanhando o vinho, quase só consumia guardanapos de papel, onde escrevia pequenos contos sem parar. (C.Seabra)
921. Era um sósia tão perfeito de si mesmo que nem sua mulher percebia quando cometia adultério com ele. (C.Seabra)
922. Os vizinhos reclamavam, os cachorros corriam atrás, mas o velho piloto aposentado do oitavo andar continuava a soltar seus aviões de papel. (C.Seabra)
923. Noite e silêncio. A luz amarela do poste recorta a sombra de uma árvore na calçada. Suas folhas se mexem, agitadas por duas silhuetas nela encaixadas. (C.Seabra)
924. Os homens da mudança chegaram com o caminhão e encaixotaram tudo o que ela juntara durante a vida, cada pedacinho de si mesma. (C.Seabra)
925. Com a quimioterapia, seu cabelo havia caído quase todo. Agora, com a luta vencida, deixou crescer cabelo e barba como um velho hippie. (C.Seabra)
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