quarta-feira, setembro 21, 2005

Microcontos numerais

Galileu e Newton inauguraram esse nosso mundo em que tudo é número. Mas às vezes a gente se esquece de como os os valores quantitativos invadem nossas vidas. Ao pensar nessas coisa, imaginei que escrever contos numerais seria um belo desafio. Vejam no que deu.


892. Um, dois, três... Acordou com o berro do quarto carneiro. Era o despertador. (j. novelino)

893. Dez espelhos quebrados. Ele chegou aos setenta anos. Quer outra dezena de azares. (j. novelino)

894. “Das suas inúmeras razões, cite três”, exigia sempre o chato cartesiano. (j. novelino)

895. Depois das mil e uma noites de aventuras, o sultão insone quer dormir uma noite inteira. (j. novelino)

896. Trezentos picaretas: não ficou pedra sobre pedra. (j. novelino)

897. São seis mil metros de chão, preciso dar o primeiro passo. (j. novelino)

898. Ela procura um par, cansou-se da vida ímpar. (j. novelino)

899. Filho único de filhos únicos, ele não consegue compreender números primos. (j. novelino)

900. Noves fora, na minha vida nada sobrou. (j. novelino)

901. Descobriu o valor de x. Ganhou um dez. (j. novelino)

902. Trabalho? Exigem-no inteiro. Salário? Pagam-no em frações. (j. novelino)

903. O matemático é mais discreto que uma seqüência de números inteiros. (j. novelino)